sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

Feliz Natal!!!


Amigos, mais uma noite natalina se aproxima e eu queria transmitir os meus sinceros votos à todos vocês:

Desejo que a fraternidade toque a humanidade, invadindo e restaurando os corações, as conciências e os lares de cada um de nós, fazendo dessa data e dos vindouros dias melhores dias para se regar a semente da paz, da esperança, do amor, da prosperidade e da solidariedade, semeando as bençãos do Menino Jesus para todos nós, sem distinção, democraticamente.

Feliz Natal e Boas Festas!!!

quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

Baby Red Dragon, O dragão de FarmVille



Para quem não conhece, FarmVille é um jogo rural idealizado pela Cia norte-americana Zynga, tornando-se uma febre entre os internautas de todo o mundo, de faixas etárias variadas, e estabelecendo grandes parceiros comerciais (Facebook, American Card, Credicard, Amex, McDonald's, Segurity Association, dentre outros), desde o seu lançamento em julho/2009.

Trata-se de um jogo dinâmico e interativo, repleto de lançamentos semanais e temas comemorativos das datas festivas e culturas mundiais. Existem muitos outros jogos similares à ele, mas, nenhum consegue se aproximar da sua superioridade.
Então, um dos seus últimos lançamentos, após os temas do Halloween e do (Dia de Ação de Graças), foi o ThanksGiving DayMagia e Alquimia.

Tchan, tchan, tchan!!! Esse tema muito nos interessa, pois, remete diretamente aos dragões - a sua existência e a sua representatividade no universo mágico.
Heis que lançaram o Baby Red Dragon, que pode ser adquirido por 20 FV (FarmVille Cash, a moeda corrente no jogo - Se você não quer gastar em dollar, conquiste 20 levels, que você pode comprá-lo. Foi o que eu fiz: Já que eu não podia tê-lo na minha fazenda pessoal, pois não teria como eu conseguir passar 20 levels em 20 dias (eu estava e estou desprovido de 20 FV para gastar), porquê quanto mais adiantado nos levels você se encontra, mais tempo você demora para mudar de fase pela quantidade de XPs serem maior, eu criei uma fazenda exclusiva para cá - Pois é, o Colina do Dragão tem a sua própria. E, em menos de 24h, eu consegui os 20 FV que eu precisava e comprei o meu dragãozinho virtual.

Quem quiser ter um, precisa estar cadastrado no Facebook, totalmente Free. E jogar. Porém, apressem-se, pois falta menos de 48h para se esgotar essa oportunidade.

terça-feira, 16 de novembro de 2010

Godzilla vs Dragon



Navegando na net, assim, bem por acaso, eu me deparei com essa imagem inusitada. Quem diria: - "Até tu, Godzilla, enfrentando um dragão"!!!

Pois, não é que esse famoso monstro fictício, criado especialmente para o cinema japonês, em 1954, apresentava características radioativas para destacar à "Era Atômica" que aflingiu as cidades de Hiroshima e Nagasaki na II Guerra Mundial, quando os USA disparou a bomba atômica contra o Japão, enfrentou um dragão com três cabeças no filme "Godzilla, O Rei dos Monstros" (1957)?!!!

Então, vale o registro dessa curiosidade aqui.

terça-feira, 9 de novembro de 2010

Tenho um dragão que mora comigo by Caio Fernando Abreu



Para quem não conhece, Caio Fernando Abreu foi um jornalista, dramaturgo e escritor gaucho que escreveu muitos contos e romances, sendo uma referência literária para a sua geração. Dentre a sua bibliografia, uma em especial, chama-se "Os dragões não conhecem o paraíso", tendo passagens densas e espetaculares. Assim, eu selecionei um dos contos para vocês:


"Tenho um dragão que mora comigo.


Não, isso não é verdade.

Não tenho nenhum dragão. E, ainda que tivesse, ele não moraria comigo nem com ninguém. Para os dragões, nada mais inconcebível que dividir seu espaço – seja com outro dragão, seja com uma pessoa banal feito eu. Ou invulgar, como imagino que os outros devam ser. Eles são solitários, os dragões. Quase tão solitários quanto eu me encontrei, sozinho neste apartamento, depois de sua partida. Digo quase porque, durante aquele tempo em que ele esteve comigo, alimentei a ilusão de que meu isolamento para sempre tinha acabado. E digo ilusão porque, outro dia, numa dessas manhãs áridas da ausência dele, felizmente cada vez menos freqüentes (a aridez, não a ausência), pensei assim: Os homens precisam da ilusão do amor da mesma forma que precisam da ilusão de Deus. Da ilusão do amor para não afundarem no poço horrível da solidão absoluta; da ilusão de Deus, para não se perderem no caos da desordem sem nexo.

Isso me pareceu gradiloqüente e sábio como uma idéia que não fosse minha, tão estúpidos costumam ser meus pensamentos. E tomei nota rapidamente no guardanapo do bar onde estava. Escrevi também mais alguma coisa que ficou manchada pelo café. Até hoje não consigo decifrá-la. Ou tenho medo da minha – felizmente indecifrável – lucidez daquele dia.

Estou me confundindo, estou me dispersando.

O guardanapo, a frase, a mancha, o medo – isso deve vir mais tarde. Todas essas coisas de que falo agora – as particularidades dos dragões, a banalidade das pessoas como eu -, só descobri depois. Aos poucos, na ausência dele, enquanto tentava compreendê-lo. Cada vez menos para que minha compreensão fosse sedutora, e cada vez mais para que essa compreensão ajudasse a mim mesmo a. Não sei dizer. Quando penso desse jeito, enumero proposições como: a ser uma pessoa menos banal, a ser mais forte, mais seguro, mais sereno, mais feliz, a navegar com um mínimo de dor. Essas coisas todas que decidimos fazer ou nos tornar quando algo que supúnhamos grande acaba, e não há nada a ser feito a não ser continuar vivendo.

Então, que seja doce. Repito todas as manhãs, ao abrir as janelas para deixar entrar o sol ou o cinza dos dias, bem assim: que seja doce. Quando há sol, e esse sol bate na minha cara amassada do sono ou da insônia, contemplando as partículas de poeira soltas no ar, feito um pequeno universo, repito sete vezes para dar sorte: que seja doce que seja doce que seja doce e assim por diante.
Mas, se alguém me perguntasse o que deverá ser doce, talvez não saiba responder. Tudo é tão vago como se não fosse nada.

Ninguém perguntará coisa alguma, penso. Depois continuo a contar para mim mesmo, como se fosse ao mesmo tempo o velho que conta e a criança que escuta, sentado no colo de mim. Foi essa a imagem que me veio hoje pela manhã quando, ao abrir a janela, decidi que não suportaria passar mais um dia sem contar esta história de dragões. Consegui evitá-la até o meio da tarde. Dói, um pouco. Não mais uma ferida recente, apenas um pequeno espinho de rosa, coisa assim, que você tenta arrancar da palma da mão com a ponta de uma agulha. Mas, se você não consegue extirpá-lo, o pequeno espinho pode deixar de ser uma pequena dor para se transformar numa grande chaga.

Assim, agora, estou aqui. Ponta fina de agulha equilibrada entre os dedos da mão direita, pairando sobre a palma aberta da mão esquerda. Algumas anotações em volta, tomadas há muito tempo, o guardanapo de papel do bar, com aquelas palavras sábias que não parecem minhas e aquelas outras, manchadas, que não consigo ou não quero ou finjo não poder decifrar.

Ainda não comecei.

Queria tanto saber dizer Era uma vez. Ainda não consigo.

Mas preciso começar de alguma forma. E esta, enfim, sem começar propriamente, assim confuso, disperso, monocórdio, me parece um jeito tão bom ou mau quanto qualquer outro de começar uma história. Principalmente se for uma história de dragões.

Gosto de dizer tenho um dragão que mora comigo, embora não seja verdade. Como eu dizia, um dragão jamais pertence a, nem mora com alguém. Seja uma pessoa banal igual a mim, seja unicórnio, salamandra, harpia, elfo, hamadríade, sereia ou ogro. Duvido que um dragão conviva melhor com esses seres mitológicos, mais semelhantes à natureza dele, do que com um ser humano. Não que sejam insociáveis. Pelo contrário, às vezes um dragão sabe ser gentil e submisso como uma gueixa. Apenas, eles não dividem seus hábitos.

Ninguém é capaz de compreender um dragão. Eles jamais revelam o que sentem. Quem poderia compreender, por exemplo, que logo ao despertar (e isso pode acontecer em qualquer horário, às três ou às onze da noite, já que o dia e a noite deles acontecem para dentro, mas é mais previsível entre sete e nove da manhã, pois essa é a hora dos dragões) sempre batem a cauda três vezes, como se tivessem furiosos, soltando fogo pelas ventas e carbonizando qualquer coisa próxima num raio de mais de cinco metros? Hoje, pondero: talvez seja essa a sua maneira desajeitada de dizer, como costumo dizer agora, ao despertar – que seja doce.

Mas no tempo em que vivia comigo, eu tentava – digamos – adaptá-lo às circunstâncias. Dizia por favor, tente compreender, querido, os vizinho banais do andar de baixo já reclamaram da sua cauda batendo no chão ontem às quatro da madrugada. O bebê acordou, disseram, não deixou ninguém mais dormir. Além disso, quando você desperta na sala, as plantas ficam todas queimadas pelo seu fogo. E, quanto você desperta no quarto, aquela pilha de livros vira cinzas na minha cabeceira.

Ele não prometia corrigir-se. E eu sei muito bem como tudo isso parece ridículo. Um dragão nunca acha que está errado. Na verdade, jamais está. Tudo que faz, e que pode parecer perigoso, excêntrico ou no mínimo mal-educado para um humano igual a mim, é apenas parte dessa estranha natureza dos dragões. Na manhã, na tarde ou na noite seguintes, quanto ele despertasse outra vez, novamente os vizinhos reclamariam e as prímulas amarelas e as begônias roxas e verdes, e Kafka, Salinger, Pessoa, Clarice e Borges a cada dia ficariam mais esturricados. Até que, naquele apartamento, restássemos eu e ele entre as cinzas. Cinzas são como sedas para um dragão, nunca para um humano, porque a nós lembra destruição e morte, não prazer. Eles trafegam impunes, deliciados, no limiar entre essa zona oculta e a mais mundana. O que não podemos compreender, ou pelo menos aceitar.

Além de tudo: eu não o via. Os dragões são invisíveis, você sabe. Sabe? Eu não sabia. Isso é tão lento, tão delicado de contar – você ainda tem paciência? Certo, muito lógico você querer saber como, afinal, eu tinha tanta certeza da existência dele, se afirmo que não o via. Caso você dissesse isso, ele riria. Se, como os homens e as hienas, os dragões tivessem o dom ambíguo do riso. Você o acharia talvez irônico, mas ele estaria impassível quanto perguntasse assim: mas então você só acredita naquilo que vê? Se você dissesse sim, ele falaria em unicórnios, salamandras, harpias, hamadríades, sereias e ogros. Talvez em fadas também, orixás quem sabe? Ou átomos, buracos negros, anãs brancas, quasars e protozoários. E diria, com aquele ar levemente pedante: “Quem só acredita no visível tem um mundo muito pequeno. Os dragões não cabem nesses pequenos mundos de paredes invioláveis para o que não é visível”.

Ele gostava tanto dessas palavras que começam com in – invisível, inviolável, incompreensível -, que querem dizer o contrário do que deveriam. Ele próprio era inteiro o oposto do que deveria ser. A tal ponto que, quando o percebia intratável, para usar uma palavra que ele gostaria, suspeitava-o ao contrário: molhado de carinho. Pensava às vezes em tratá-lo dessa forma, pelo avesso, para que fôssemos mais felizes juntos. Nunca me atrevi. E, agora que se foi, é tarde demais para tentar requintadas harmonias.

Ele cheirava a hortelã e alecrim. Eu acreditava na sua existência por esse cheiro verde de ervas esmagadas dentro das duas palmas das mãos. Havia outros sinais, outros augúrios. Mas quero me deter um pouco nestes, nos cheiros, antes de continuar. Não acredite se alguém, mesmo alguém que não tenha um mundo pequeno, disser que os dragões cheiram a cavalos depois de uma corrida, ou a cachorros das ruas depois da chuva. A quartos fechados, mofo, frutas podres, peixe morto e maresia – nunca foi esse o cheiro dos dragões.

A hortelã e alecrim, eles cheiram. Quando chegava, o apartamento inteiro ficava impregnado desse perfume. Até os vizinhos, aqueles do andar de baixo, perguntavam se eu andava usando incenso ou defumação. Bem, a mulher perguntava. Ela tinha uns olhos azuis inocentes. O marido não dizia nada, sequer me cumprimentava. Acho que pensava que era uma dessas ervas de índio que as pessoas costumam fumar quando moram em apartamentos, ouvindo música muito alto. A mulher dizia que o bebê dormia melhor quando esse cheiro começava a descer pelas escadas, mais forte de tardezinha, e que o bebê sorria, parecendo sonhar. Sem dizer nada, eu sabia que o bebê sonhava com dragões, unicórnios ou salamandras, esse era um jeito do seu mundo ir-se tornando aos poucos mais largo. Mas os bebês costumam esquecer dessas coisas quanto deixam de ser bebês, embora possuam a estranha facilidade de ver dragões – coisa que só os mundos muito largos conseguem.

Eu aprendi o jeito de perceber quando o dragão estava a meu lado. Certa vez, descemos juntos pelo elevador com aquela mulher de olhos-azuis-inocentes e seu bebê, que também tinha olhos-azuis-inocentes. O bebê olhou o tempo todo para onde estava o dragão. Os dragões param sempre do lado esquerdo das pessoas, para conversar direto com o coração. O ar a meu lado ficou leve, de uma coloração vagamente púrpura. Sinal que ele estava feliz. Ele, o dragão, e também o bebê, e eu, e a mulher, e a japonesa que subiu no sexto andar, e um rapaz de barba no terceiro. Sorríamos suaves, meio tolos, descendo juntos pelo elevador numa tarde que lembro de abril – esse é o mês dos dragões – dentro daquele clima de eternidade fluida que apenas os dragões, mas só às vezes, sabem transmitir.

Por situações como essa, eu o amava. E o amo ainda, quem sabe mesmo agora, quem sabe mesmo sem saber direito o significado exato dessa palavra seca – amor. Se não o tempo todo, pelo menos quanto lembro de momentos assim. Infelizmente, raros. A aspereza e avesso parecem ser mais constantes na natureza dos dragões do que a leveza e o direito. Mas queria falar de antes do cheiro. Havia outros sinais, já disse. Vagos, todos eles.

Nos dias que antecediam a sua chegada, eu acordava no meio da noite, o coração disparado. As palmas das mãos suavam frio. Sem saber porque, nas manhãs seguintes, compulsivamente eu começava a comprar flores, limpar a casa, ir ao supermercado e à feira para encher o apartamento de rosas e palmas e morangos daqueles bem gordos e cachos de uvas reluzentes e berinjelas luzidias (os dragões, descobri depois, adoram contemplar berinjelas) que eu mesmo não conseguia comer. Arrumava em pratos, pelos cantos, com flores e velas e fitas, para que os espaços ficassem mais bonito.

Como uma fome, me dava. Mas uma fome de ver, não de comer. Sentava na sala toda arrumada, tapete escovado, cortinas lavadas, cestas de frutas, vasos de flores – acendia um cigarro e ficava mastigando com os olhos a beleza das coisas limpas, ordenadas, sem conseguir comer nada com a boca, faminto de ver. À medida que a casa ficava mais bonita, eu me tornava cada vez mais feio, mais magro, olheiras fundas, faces encovadas. Porque não conseguia dormir nem comer, à espera dele. Agora, agora vou ser feliz, pensava o tempo todo numa certeza histérica. Até que aquele cheiro de alecrim, de hortelã, começasse a ficar mais forte, para então, um dia, escorregar que nem brisa por baixo da porta e se instalar devagarzinho no corredor de entrada, no sofá da sala, no banheiro, na minha cama. Ele tinha chegado.

Esses ritmos, só descobri aos poucos. Mesmo o cheiro de hortelã e alecrim, descobri que era exatamente esse quando encontrei certas ervas numa barraca de feira. Meu coração disparou, imaginei que ele estivesse por perto. Fui seguindo o cheiro, até me curvar sobre o tabuleiro para perceber: eram dois maços verdes, a hortelã de folhinhas miúdas, o alecrim de hastes compridas com folhas que pareciam espinhos, mas não feriam. Pergunte o nome, o homem disse, eu não esqueci. Por pura vertigem, nos dias seguintes repetia quanto sentia saudade: alecrim hortelã alecrim hortelã alecrim hortelã alecrim.

Antes, antes ainda, o pressentimento de sua visita trazia unicamente ansiedade, taquicardias, aflição, unhas roídas. Não era bom. Eu não conseguia trabalhar, ira ao cinema, ler ou afundar em qualquer outra dessas ocupações banais que as pessoas como eu têm quando vivem. Só conseguia pensar em coisas bonitas para a casa, e em ficar bonito eu mesmo para encontrá-lo. A ansiedade era tanta que eu enfeiava, à medida que os dias passavam. E, quando ele enfim chegava, eu nunca tinha estado tão feio. Os dragões não perdoam a feiúra. Menos ainda a daqueles que honram com sua rara visita.

Depois que ele vinha, o bonito da casa contrastando com o feio do meu corpo, tudo aos poucos começava a desabar. Feito dor, não alegria. Agora agora agora vou ser feliz, eu repetia: agora agora agora. E forçava os olhos pelos cantos de prata esverdeadas, luz fugidia, a ponta em seta de sua cauda pela fresta de alguma porta ou fumaça de suas narinas, sempre mau, e a fumaça, negra. Naqueles dias, enlouquecia cada vez mais, querendo agora já urgente ser feliz. Percebendo minha ânsia, ele tornava-se cada vez mais remoto. Ausentava-se, retirava-se, fingia partir. Rarefazia seu cheiro de ervas até que não passasse de uma suspeita verde no ar. Eu respirava mais fundo, perdia o fôlego no esforço de percebê-lo, dias após dia, enquanto flores e frutas apodreciam nos vasos, nos cestos, nos cantos. Aquelas mosquinhas negras miúdas esvoaçavam em volta delas, agourentas.

Tudo apodrecia mais e mais, sem que eu percebesse, doído do impossível que era tê-lo. Atento somente à minha dor, que apodrecia também, cheirava mal. Então algum dos vizinhos batia à porta para saber se eu tinha morrido e sim, eu queria dizer, estou apodrecendo lentamente, cheirando mal como as pessoas banais ou não cheiram quando morrem, à espera de uma felicidade que não chega nunca. Ele não compreenderia. Eu não compreendia, naqueles dias – você compreende?

Os dragões, já disse, não suportam a feiúra. Ele partia quando aquele cheiro de frutas e flores e, pior que tudo, de emoções apodrecidas tornava-se insuportável. Igual e confundido ao cheiro da minha felicidade que, desta e mais uma vez, ele não trouxera. Dormindo ou acordado, eu recebia sua partida como um súbito soco no peito. Então olhava para cima, para os lados, à procura de Deus ou qualquer coisa assim – hamadríades, arcanjos, nuvens radioativas, demônios que fossem. Nunca os via. Nunca via nada além das paredes de repente tão vazias sem ele.

Só quem já teve um dragão em casa pode saber como essa casa parece deserta depois que ele parte. Dunas, geleiras, estepes. Nunca mais reflexos esverdeados pelos cantos, nem perfume de ervas pelo ar, nunca mais fumaças coloridas ou formas como serpentes espreitando pelas frestas de portas entreabertas. Mais triste: nunca mais nenhuma vontade de ser feliz dentro da gente, mesmo que essa felicidade nos deixe com o coração disparado, mãos úmidas, olhos brilhantes e aquela fome incapaz de engolir qualquer coisa. A não ser o belo, que é de ver, não de mastigar, e por isso mesmo também uma forma de desconforto. No turvo seco de uma casa esvaziada da presença de um dragão, mesmo voltando a comer e a dormir normalmente, como fazem as pessoas banais, você não sabe mais se não seria preferível aquele pântano de antes, cheio de possibilidades – que não aconteciam, mas que importa? – a esta secura de agora. Quando tudo, sem ele, é nada.

Hoje, acho que sei. Um dragão vem e parte para que seu mundo cresça? Pergunto – porque não estou certo – coisas talvez um tanto primárias, como: um dragão vem e parte para que você aprenda a dor de não tê-lo, depois de ter alimentado a ilusão de possuí-lo? E para, quem sabe, que os humanos aprendam a forma de retê-lo, se ele um dia voltar?

Não, não é assim. Isso não é verdade.

Os dragões não permanecem. Os dragões são apenas a anunciação de si próprios. Eles se ensaiam eternamente, jamais estréiam. As cortinas não chegam a se abrir para que entrem em cena. Eles se esboçam e se esfumam no ar, não se definem. O aplauso seria insuportável para eles: a confirmação de que sua inadequação é compreendida e aceita e admirada, e portanto – pelo avesso igual ao direito – incompreendida, rejeitada, desprezada. Os dragões não querem ser aceitos. Eles fogem do paraíso, esse paraíso que nós, as pessoas banais, inventamos – como eu inventava uma beleza de artifícios para esperá-lo e prendê-lo para sempre junto a mim. Os dragões não conhecem o paraíso, onde tudo acontece perfeito e nada dói nem cintila ou ofega, numa eterna monotonia de pacífica falsidade. Seu paraíso é o conflito, nunca a harmonia.

Quando volto apensar nele, nestas noites em que dei para me debruçar à janela procurando luzes móveis pelo céu, gosto de imaginá-lo voando com suas grandes asas douradas, solto no espaço, em direção a todos os lugares que é lugar nenhum. Essa é sua natureza mais sutil, avessa às prisões paradisíacas que idiotamente eu preparava com armadilhas de flores e frutas e fitas, quando ele vinha. Paraísos artificiais que apodreciam aos poucos, paraíso de eu mesmo – tão banal e sedento – a tolerar todas as suas extravagâncias, o que devia lhe soar ridículo, patético e mesquinho. Agora apenas deslizo, sem excessivas aflições de ser feliz.

As manhãs são boas para acordar dentro delas, beber café, espiar o tempo. Os objetos são bons de olhar para eles, sem muitos sustos, porque são o que são e também nos olham, com olhos que nada pensam. Desde que o mandei embora, para que eu pudesse enfim aprender a grande desilusão do paraíso, é assim que sinto: quase sem sentir.

Resta esta história que conto, você ainda está me ouvindo? Anotações soltas sobre a mesa, cinzeiros cheios, copos vazios e este guardanapo de papel onde anotei frases aparentemente sábias sobre o amor e Deus, com uma frase que tenho medo de decifrar e talvez, afinal, diga apenas qualquer coisa simples feito: nada disso existe.

Nada, nada disso existe.

Então quase vomito e choro e sangro quando penso assim. Mas respiro fundo, esfrego as palmas das mãos, gero energia em mim. Para manter-me vivo, saio à procura de ilusões como o cheiro das ervas ou reflexos esverdeados de escamas pelo apartamento e, ao encontrá-los, mesmo apenas na mente, tornar-me então outra vez capaz de afirmar, como num vício inofensivo: tenho um dragão que mora comigo. E, desse jeito, começar uma nova história que, desta vez sim, seria totalmente verdadeira, mesmo sendo completamente mentira. Fico cansado do amor que sinto, e num enorme esforço que aos poucos se transforma numa espécie de modesta alegria, tarde da noite, sozinho neste apartamento no meio de uma cidade escassa de dragões, repito e repito este meu confuso aprendizado para a criança-eu-mesmo sentada aflita e com frio nos joelhos do sereno velho-eu-mesmo:

- Dorme, só existe o sonho. Dorme, meu filho. Que seja doce.

Não, isso também não é verdade."

terça-feira, 2 de novembro de 2010

Aos dragões mortos



Bem, hoje é o dia de cultuarmos os nossos mortos, enfim, estamos em pleno Dia dos Finados. Você está vivo, mas, não se esqueça daqueles que partiram: Seja um ente querido, um amigo especial, um amor ou, até mesmo, um dragão.

Se você acredita e gosta de algum dragão, faça uma prece, uma oração. Cultue a alma dragônica dos que partiram!!! A essência continua viva... A energia nunca acaba, se transforma.

A minha lembrança à todos os dragões que partiram.

segunda-feira, 1 de novembro de 2010

Eragon, O Cavalheiro de Dragões



Como não é difícil de se imaginar, essa estória se passa num cenário épico e medieval - nada mais clássico do que uma era da barbárie humana, das expansões dos reinados e dos seus domínios territoriais e do culto à magia.



Heis que surge um jovem e corajoso cavaleiro, Eragon, pré-destinado para honrar, cuidar e proteger os dragões da tirania e da cobiça humana, simbolizada pela união funesta de malvados feiticeiros e de humanóides, que visava dizimar e esravizar à espécie dracônica. Em se tratando da sua missão, o jovem cavaleiro, de origem camponesa, precisa cuidar de uma jovem dragonesa azul, chamada Saphira. A relação entre eles será construída de forma especial, baseada em fortes vínculos subjetivos e mágicos.








Assim como no livro ERAGON, do autor Christopher Paolini, e no filme (2006), interpretado pelo jovem ator inglês Edward Speleers, a obra aborda a importância do uso da ética mágica, onde os conhecimentos e as práticas mágicas devem ser utilizadas com sabedoria e responsabilidade, tal e qual a tradição mágica élfica, uma das mais antigas senão a mais, caso contrário, os seus efeitos são malignos e poderá se voltar contra quem profaná-la, acontecendo literalmente: "O feitiço se volta contra o feiticeiro". E, não podemos nos esquecer, os dragões são seres sábios e éticos.

Ainda no universo da Magia, apesar do discípulo precisar do seu mestre, dragão ou não, para lhe ensinar e guiar no caminho da magia, os grandes ensinamentos são solitários, fazendo com que cada aprendiz à mago descubra a sua própria verdade e força interior e, principalmente, o seu dom mágico. Técnicas mágicas, truques, ilusionismos e feitiços são aprendidos, mas, a essência mágica, é uma energia vivenciada, uma identidade acima de tudo.




Outra questão fundamental também abordada em Eragon é a relação entre homens e dragões. Muitos pensam e querem escolher o seu dragão, mas, muito pelo contrário, na verdade, é o dragão que escolhe você, de acordo com os critérios dele. No caso de Saphira, se ela não tivesse o escolhido, a química e a magia entre eles não haveria fluido, onde um tornou-se a extensão do outro até quando a morte os separa-se.


Tal exemplo disso é claro, quando no filme, após o combate entre o Dragolich e Saphira, ela sai mortalmente ferida desse combate e Eragon tenta salvá-la, transferindo a sua energia vital para ela, por intermédio da mágica dela:



- Eragon: "A vida que tiver em mim, tome!!!"


- Saphira: "A vida que você tem não dá para nós dois."






Mais do que uma relação de parceria e aventuras, trata-se de uma relação de amor, onde as vidas de Eragon e Saphira estão entrelaçadas. Sim, também merece destaque o ritual funebre do Brom, também cavaleiro de dragões e guia de Eragon, dando o seu último vôo nas costas de um dragão - simbolicamente forte e representativo da relação homem e dragão.


No mais, a estória em si é muito bem traçada, sobretudo no livro, apresentando muitos mais detalhes e elaborações do que no filme. Leiam e (re)vejam o filme, façam como preferirem.

domingo, 31 de outubro de 2010

Feliz Halloween!!!



Festa pagã ou não, Norte-americana ou não, ela está aí. Todos os grandes centros urbanos aproveitam essa data para exorcizar os seus "bichos", as suas supertições e lembrar de todas aquelas mulheres que foram perseguidas e queimadas vivas, muitas vezes, por serem livres e cultuarem a natureza. Mas, a natureza não é uma criação divina?!!! Contradições católicas. Para não precisar dar grandes explicações e contradizer a sua fé, resolveram punir - uma legião de bruxas foram queimadas. Todavia, o Dia das Bruxas, o famoso Halloween, deixou de ser apenas uma data específica delas para simbolizar todas as referências simbólicas do que a Igreja Católica considera antinatural, anticristão e anormal.

É no Halloween que os grandes psicopatas e monstros do cinema e da literatura se manifestam e que você pode se deparar com um dos seus piores medos: Buuuuuuuuuuuuuuuuuu, quem sabe você não se depara na porta do cemitério ou num sobrado antigo e mal assombrado com um fantasma ou Michael Myers ou aquela bruxinha caricata com uma verruga enorme na ponta do nariz?!!! Sim, cuidado com temível o gato preto!!! rs...


Mas, é claro que eu não poderia esquecer dos dragões nessa data. É um personagem mais do que incluso, como vocês devem imaginar. E aí, já escolheram a sua fantasia de dragão para ir alguma festa a fantasia?!!! Qual vai ser a sua prenda ou travessura?!!! Será que algum de vocês irá fazer o tão e ansiado contato com ele?!!!


Enfim, nesse ambiente lúdico e superticioso de trezes, medos, azares e mistérios, eu desejo um Feliz Hallo à todos e boas festas para quem for se divertir!!! Aaaaaaah, e também, um beijo para as bruxinhas e um abraço aos bruxos do blog!!!

domingo, 17 de outubro de 2010

Bruxas e Dragões



Nada mais pertinente e polêmico do que postar sobre elas e o universo da magia, já que o Dia das Bruxas está chegando. Bruxas e dragões podem ser colocados no mesmo patamar, do que diz respeito os seguintes aspectos:


1.
Durante séculos e séculos, desde à
"Idade das Trevas", refiro-me à Idade Média, naturalmente, as bruxas e os dragões foram satanizados pela Igreja Católica e, como seres pagãos, foram perseguidos em nome da fé cristã: Elas, torturas e queimadas vivas nas fogueiras da Santa Inquisição, sob a justificativa de seres mulheres hereges, despudoradas e lascivas, e eles tendo a sua espécie dizimada e escravizada pelos homens.

Dentro dessa perspectiva preconceituosa e católica, anti-cristos devem ser veementemente combatidos.






2.
Ambos estão intimamente ligados com a magia, elas, guiadas pelo sexto sentido - o dom da intuição feminina e da fertilidade divina, dada às mulheres por Deus, e praticantes da magia e dos seus rituais; eles, como sendo a própria energia da magia. Nesse sentido, simbolicamente, a magia faz parte das suas identidades e essências, assim como filosofia de vida.


Ainda nessa área, ambos são ávidos por sabedoria e se utilizam dos 5 elementos mágicos da natureza (terra, fogo, água, ar e espírito) para aprimorar a sua magia e incrementar os seus rituais e feitiços. Quando eu me refiro aos rituais de magia, não me refiro às práticas satânicas e de magia negra, muito embora, existam praticantes de magia que as cultuem, mas, enfativo aos rituais que são evocados a força da Natureza, a Grande Deusa Feminina, e Tiamet, a Deusa Dragônica - a Mãe de todos os dragões, em prol da prosperidade, da cura, do amor e das realizações que estão voltadas ao bem-estar e à bonança e fartura. Existe a energia tanto voltado para as boas práticas mágicas quanto para as más, depende da índole e da ética de quem as praticam.



3.
Ambos se relacionam entre si, principalmente, quando bruxas e bruxos usam referências dracônicas para aprimorar a sua magia, já que os dragões são seres mágicos e muito tem a ensinar. Ficção ou não, é uma idéia que se paira no imaginário coletivo e no universo mágico.


Em livros, filmes e lendas, os dragões sempre serviram de referencial para os grandes magos e alquimistas, sendo um ícone de adoração ou inveja, onde muitos magos buscavam se apoderar dos segredos e da magia dos dragões para se tornarem cada vez mais poderosos. Porém, nunca foram forte e éticos o suficiente para vencer a chama do dragão, a magia vital da sua essência e existência.





É muito comum nas práticas dos rituais e na realizações das poções e feitiços mágicos que se faça alguma menção aos dragões, seja envocando alguma entidade draconica e/ou suas qualidades (força, bravura, sabedoria, honra e ética), ou, utilizando os seguintes componentes como ingredientes em seus preparados: lágrima, chama, ovo, lasca de chifre, unha, ..., de dragões. Além de toda a simbologia presente no cenário mágico: amuletos, altares, adagas, imagens...


Já as bruxas modernas, continuam realizando as suas práticas mágicas como sempre fizeram, baseando-se na sua força feminina, em sua intuição, independente se participam ou não de seitas ou sociedades secretas ou grupos específicos ou solitariamente. Também existem aquelas, que vão buscar na prática do
"Dragon Magic" - a magia e o culto dos dragões; para aprimorar os seus conhecimentos e práticas mágicas sob a orientações desses grandes mestres.

Enfim, as bruxas e os dragões não estão tão dissociados assim. Com ressalvas para essas mulheres, onde muitas delas foram julgadas e injustiçadas pela incompreensão do seu jeito de ver o mundo e interagir com ele e a natureza. Quantas e quantas bruxas foram ridicularizadas e perseguidas por suas práticas mágicas, onde, muitas vezes, além de fazerem magia em benefício próprio, também faziam magia em prol do outro, fazendo remédios naturais à base de ervas, plantas e alimentos naturais, ao exemplo dos xamãs e dos curandeiros, como também, lendo a sorte e prevendo o futuro dos curiosos que as procuravam e conselhos de natureza sentimental. Antes de serem bruxas, são essencialmente mulheres, como o fato de ser mulher já não tivesse o seu próprio peso social.





Com isso, antecedendo poucas semanas para o seu dia, eu não poderia deixar de citá-las aqui, já que bruxas e dragões são símbolos e referências impoortantes para a prática da magia e da filosofia mágica e esotérica. Tudo o que não é compreensível sempre tem o seu lado dogmático, polêmico e obscuro, apesar da névoa do preconceito que sobrecai sobre ambos.

terça-feira, 12 de outubro de 2010

Um personagem Infantil


Mais um "Dia das Crianças" em nossas vidas, independente se somos mais crianças ou não, ou se mantemos a criança-viva dentro de nós. Mas, não podemos deixar de lembrar o quanto os dragões são, foram e continuarão sendo presentes nesta fase da vida. Seja representado como o pior e o mais perigoso rival e um risco eminente para os príncipes encantados e heróis medievais dos contos de fadas e/ou das histórias lendárias, como também, personagem de filmes, contos literários e jogos infantis.

Qual foi a criança que já não se deparou com um dragão, mesmo de forma lúdica e fictícia?!!! Uns admiram, outros reagem com medo, mas, ele está ali, firme, bravo e forte atravessando gerações e marcando a sua presença no imaginário infantil.

Enfim, neste dia, meus caros dragãos, não tem como não lembrar de vocês!!!

Feliz Dia das Crianças à todos, principalmente para as nossas crianças!!!

terça-feira, 5 de outubro de 2010

Só para baixinhos



W
ell, como nós estamos na semana que antecede o Dia das Crianças, nada mais pertinente do que dedicarmos esse post infantil exclusivamente aos nossos pequenos.


Eles merecem!!!


Então, criançada, divirtam-se!!! Eu não me esqueci de vocês...


;)



Aqui tem dragões de todo jeito, indo do mais famoso "Star Dragon" do cinema Disney, o dragão lendário e medieval da Bela Adormecida, até os mais divertidos dragões em cartoons e animes... Especialmente, para vocês!!!


:D





Quando a gente é criança, a gente aprende que os dragões são seres ferozes e perversos, daqueles tipos de monstros que devoram as criancinhas e aprisionam as lindas e indefesas princesas e meninas em cavernas escuras e castelos sombrios para que elas possam ser salvas pelos seus príncipes encantados e os seus valentes heróis.

Há quem possa temê-los e fugir de tanto perigo!!!






Porém, eles não são de todo o mal. Eles também são muito bem humorados na hora da brincadeira, adorando pregar peças, fazer travessuras e brincar com os outros.






Sim, eles também são bem trapalhões!!!
:p




Talvez, por isso, a criançada se divirta tanto com os dragões. Se antes, elas morriam de medo deles, ao conhecê-los melhor, aprendem a perceber que eles não são tão bravos e ruins assim e passam a nutrir um carinho especial. Qual criança que não gostaria de ter um amigo dragão?!!!






sexta-feira, 1 de outubro de 2010

Sun Dragão, Um dragão solar e intergalático




Primeiramente, para quem desconhece a origem do termo "Sun dragon", trata-se de um dragão meramente ficticio e criado para o Universo Marvel, sendo baseado no Dragão Lunar ou "Dragon of the Moon", dando características dragônicas e titânicas em forma de poderosos poderes físicos e telepáticos à heroína Pamela Douglas, cuja identidade secreta é Heather Douglas, filha de Arthur Douglas e que fatidicamente presenciou a morte dos seus pais quando ainda criança por seres espaciais, e, em nosso planeta, tornou-se editora de negócios do Jornal The Manhattan Project.

Sua heróica missão, é combater os malfeitores do nosso planeta e do espaço. Assim, Sun Dragon se tornou um dos guardões da galáxias.




Já em Yu-Gi-Oh, tal dragão solar, representa uma carta de fogo, fazendo uma ligação direta com o Astro-Rei, o Sol, e os seus inflamáveis e poderosos raios solares. Quando esta carta é destruída em batalha, também se destrói o monstro oponente. Seu poder de ataque representa 3000 pontos e de defesa corresponde à 2.800.

Embora, universos diferenciados, dá para se perceber que o Sun Dragon ou Dragão do Sol tem características afins: Solar e Intergalático.

sexta-feira, 10 de setembro de 2010

O Dragão da Inflação



Ainda exaltado pelo clima da "Independência do Brasil", eu não poderia deixar de lembrar do dragão da inflação, um dos dragões mais brasileiros que eu conheço.






Talvez, muitos dos seguidores desse blog tenham nascido depois da década de 80 ou eram muito pequenos para lembrarem quando o nosso país era refém dele, sofrendo com altos índices inflacionários do mercado de produtos e serviços e da instabilidade da nossa moeda, primeiro o cruzeiro e depois o cruzeiro novo (de 70 até início de 90, vivíamos trocando de moeda nacional e fazendo cálculos para as conversões monetárias - cada conversão o valor diminuia e a inflação aumentava), que afetavam diretamente o preço das mercadorias e o bolso de todos os brasileiros, principalmente os dos assalariados da classe média e baixa.

Não se podia programar uma compra a médio e longo prazo, pois, os preços das mercadorias mudavam constantemente. Por exemplo, nossas mães devem se lembrar muito bem desse período monetário instável e, com certeza, ficaram bastante estressadas na ocasião: O preço do leite ou da carne ou de qualquer outro gênero alimentíceo ou bem material que era comprado pela manhã no supermercado, quando chegava no final da tarde já havia mudado. A troca de tarifação era diária. O dinheiro era desvalorizado e ia embora da carteira rapidamente. Quem podia, poupava na caderneta econômica no banco, sem muitos rendimentos.

Como o Governo FHC, Ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, e a criação do Plano Real (R$), conseguiu-se tornar a nossa moeda e o nosso sistema econômico mais estável e forte, nos primeiros meses valendo até mais do que o dólar, aumentando a nossa reserva financeira e conseguindo o nosso crédito monetário no exterior. A partir daí, o dragão da inflação foi contido e toda a instabilidade financeira e de mercado contida. Os valores passaram a ficar congelados por maior tempo e as compras a prazo podiam ser efetuadas sem grandes riscos e sem cortes financeiros através de planos econômicos surpresas, ao exemplo do plano emergencial criado no Governo Collor (1988 a 1992)), confiscando as poupanças dos investidores brasileiros.






Se para alguns o dragão da inflação está dormindo, para os especialistas econômicos, ele está travestido de taxas de juros e alíquotas (taxas e juros embutidos em todos os produtos e serviços, principalmente os importados). Apesar da estabilidade da nossa moeda e do nosso mercado econômico, a nação é obrigada a pagar altas taxas, das mais variadas possíveis.

Enfim, aparentemente o dragão da inflação dorme, mas, de qualquer forma, vivemos financeiramente muito melhor do que antes, apesar dos altos índices de desempregos e dos baixos salarios. E, inegavelmente, no Governo Lula, o poder de compra da classe trabalhadora aumentou.

terça-feira, 7 de setembro de 2010

Salve, a nossa (In)dependência



Salve, aos nossos dragões!!!

Salve, a nossa Independência!!!


Enquanto nação, já nascemos tendo que reivindicar a nossa Terra Brasilis, a nossa independência politico-econômica e a nossa brasilidade. Talvez precisemos de mais 500 anos para sermos independentes de fato, sem sofrermos quaisquer influências e/poderios das grandes potências econômicas (Será que é possível nesse modelo globalizado?!!!), ou nos tornaremos cada vez mais interdependentes!!!





Inicialmente, desde as caravelas de Cabral até a data oficial da Nossa Independência (07/09/1822), nós, brasileiros, missigenados, viemos travando diversas e diferentes batalhas para sermos uma nação independente. Primeiro, enquanto colônia, vencemos a custa de sangue nativo e da escravidão afro e brasileira o dragão da colonização, no Império, a obedecer o dragão real e fechar os olhos para o expólio e roubo das nossas riquezas (naturais, minerais e materiais), depois na República, aprendemos a domar o dragão dos partidos políticos e seus representantes para saciar as suas ambições e os seus jogos de poder, visando quem comandaria a nação, e até o final da década de 70 e início da 80, a resistir as arbitrariedades e violência da ofensiva militar e vencer o dragão da ditadura militar.





Com a Democracia, precisamos aprender a escolher através do voto direto e secreto qual dragão partidário iria nos representar na Presidência da República. Se não bastasse esse dragão, também precisamos enfrentar outros: O dragão financeiro, que afeta diretamente o bolso e o trabalho de todos nós cidadãos trabalhadores e contribuintes, e o maior e mais poderoso deles, o dragão imperialista e global, que dita as regras políticas, econômicas e culturais para todas as nações.

Enfim, até hoje, precisamos vencer alguns dragões para nos tornarmos cidadões brasileiros, isso sem mencionar os dragões da infra-estrutura que ainda os enfrentamos todos os dias (educação, segurança, saúde, emprego, moradia, saneamento, ...), buscando a nossa independência, autonomia e bem-estar social.

Embora, ainda não sejamos a nação que deveríamos e poderíamos ser, aquela que a gente sempre escutou e ainda escuta, passando de geração em geração: "O Brasil é o país do futuro"; não podemos deixar de valorizar e exaltar algumas das nossas "gloriosas conquistas". Assim, embuídos desse clima patriota, não podemos esquecer de mencionar ou refletir sobre a nossa Independência Nacional.

sábado, 4 de setembro de 2010

A cachaça e o dragão, existe alguma similaridade?!!!



Aos pinguços de plantão, vai uma cachacinha, aí?!!! Por acaso, vocês já prestaram atenção que, dependendo da água ardente, ela desce esquentando goela abaixo, provocando uma queimação tão grande como se fóssemos cuspir fogo pela garganta?!!! Sem falar do odor carregado!!! Mais dragônico impossível, né?!!!

Ah, quem compare o efeito da cachaça à pirofagia do dragão, tanto pela sensação de
"cuspir fogo" e ambos terem propriedades comburentes. Portanto, meu bom e caro amigo cachaceiro, cuidado para você não se transformar no próprio dragão em seus pileques!!! rs...

O cachaceiro por si só adora inventar um causo e gosta de batizar cada cachaça com um nome ou uma expressão curiosa ou ilariante. Embora, eu não conheça pessoalmente cachaças com nome de dragão, porquê eu não tenho muita intimidade com a
"branquinha" e a "amarelinha", só as mineiras por excelência, por serem famosas pela sua qualidade e gosto saboroso e menos ardente, dizem as más línguas que existem no mercado cachaças batizadas com títulos que façam alusão aos dragões, tipo: "Bafo de dragão", devo imaginar porquê o odor da cachaça seja extrafortee, a "Cachaça mata dragão", no mínimo, derruba quem ousá-la tomar, e a "Cachaça São Jorge", fazendo referência ao matador do dragão. Se existem eu não sei, mas, deve ser mais uma lenda de dragões.

Como se pode notar, há principal similidaridade entre a cachaça e o dragão: A sua ardência, que queima literalmente o aparelho fono e respiratório!!!
Portanto, o final de semana está aí e quem for bebemorar, seja com cachaça ou qualquer outro tipo de bebida alcóolica, é bom lembrar: "Beba com moderação" e "Se for beber, não dirija. Se for dirigir, não beba"!!! Boa diversão!!!

quarta-feira, 1 de setembro de 2010

Bahamut, O Dragão Vulcânico





Bahamut, The Volcanic Dragon, é uma fera épica e indestrutível que habita áreas vulcânicas, onde a sua velocidade combinada às suas rajadas de fogo se tornam uma arma de batalha poderosa e mortal, sendo um avatar significativo em Castle Age. O seu poder é incalculável tamanha é a sua capacidade de provocar o caos e a destruição.

Aquele que pretende desafiá-lo, tem até 168 horas para completar essa missão, precisando completar 8o levels e a colaboração de 110 participantes, seguindo a seguinte escala:

- 20 people level 150+
- 30 people level 100-149
- 30 people level Levels 50-99
- 30 people level 1-49.

Sim, Bahamut apresenta entre 120 mil e 140 mil HPs.

Cogita-se que Bahamud foi criado a partir de um mito árabe, baseando-se num antigo peixe-voador, que vivia por volta do ano de 496 nos oceanos, que mutou com o aquecimento das águas oceânicas, indo dos mares para as regiões montanhosas, a exemplo da Montanha do Rubi.

domingo, 8 de agosto de 2010

Glaurung, O Pai dos Dragões




E por falar em "Dia dos Pais", porquê não falar sobre o Pai dos Dragões?!!! Segundo J.R.R.Tolkien, de acordo com a sua obra em "O Senhor dos Anéis", surgia em Angband, por volta do ano de 256, o primeiro dragão, senão o maior deles. Tal dragão foi considerado de vanguarda, pois, já nesse período, apresentava o seu poder pleno e bastante destrutivo nos campos de batalhas, sendo ameaça para os anões da região.

Comandado pelas forças de Morgoth, um dos personagens fictícios da trama, visando romper o cerco imposto pelos elfos durante 400 anos, Glaurung foi o responsável por grandes vitórias, ao exemplo do massacre em Nargothrong contra os anões, chegando vitorioso em Angband. Porém, a sua morte foi graças a espada preta de Gurthang, quando Turin a fincou em seu abdômen, derrotando o "verme de Morgoth" na floresta de Brethil.






"... Sacou Gurthang e, com toda a força de seu braço
e de seu ódio, enfiou a espada no ventre macio do
Lagarto, até o punho. Quando sentiu, porém, a fisgada
mortal, Glaurung deu um berro e, em convulsões apavorantes,
ergueu o corpanzil, e se jogou de um lado a outro do abismo,
e depois ficou ali escoiceando e se contorcendo em agonia.
E ao seu redor tudo incendiou e destruiu, até que afinal seu
fogo se extinguiu e ficou imóvel. E as palavras ditas sobre
Gurthang quando foi forjada se mostraram verdadeiras, de que
nada que ela mordesse, grande ou pequeno, haveria de viver.

- "Salve, Verme de Morgoth! Bons olhos te vejam! Morre agora
e que a escuridão te leve! Assim se vinga Túrin, filho de Húrin".


Ele então arrancou a espada dali, mas um jato de sangue negro
a acompanhou, caindo na mão de Túrin, e seu veneno a queimou.
Nesse instante, Glaurung abriu os olhos e encarou Túrin com
tanta maldade que o derrubou como se fosse um golpe. E por
esse impacto e a agonia do veneno, Túrin caiu num desmaio
sinistro, parecendo morto, e sua espada estava sob ele. Os
gritos de Glaurung ecoaram nos bosques e chegaram às pessoas
haviam fugido de suas casas com pavor do dragão. E quando
viram o incêndio e a destruição causados pelo dragão,
consideraram que o Lagarto saíra vencedor.

(..)





Assim, Níniel chegou à devastação de Glaurung junto ao
precipício de Cabed-en-Aras. Ali ela viu o dragão deitado,
mas não lhe deu atenção, pois um homem jazia ao seu lado.
E ela correu até Túrin e chamou seu nome em vão. Então ,
ao descobrir que sua mão estava queimada, ela a lavou com
lágrimas e a amarrou com uma faixa de suas vestes. Beijou-o
e implorou, chorando, que despertasse. Com isso, Glaurung
moveu-se pela última vez antes de morrer e falou com seu
último alento:

- "Salve, Nienor, filha de Húrin. Voltamos a nos encontrar
antes do fim. Dou-te a alegria de afinal encontrares teu
irmão. E agora saberás quem ele é: o que apunhala no escuro,
traiçoeiro com os inimigos, desleal com os amigos, uma
maldição para sua linhagem, Túrin, filho de Húrin! Mas o
pior dos seus feitos tu sentirás em ti mesma."


Morreu Glaurung então, e Níniel ficou livre do véu de sua
maldade e se lembrou de todos os dias de sua vida. Níniel,
agora livre do feitiço de Glaurung chorou ao lado do corpo
de Túrin. E acreditou que ele estava morto. E entregue ao
desespero e agonia, já que agora sabia que o seu marido
era também seu irmão, correu desvairadamente até a beira
de Cabed-en-Aras, jogou-se e se perdeu nas águas turbulentas.
Túrin se restabeleceu e envolvido em confusão e ódio,
acabou assassinando Brandir injustamente. Ao descobrir
a verdadeira identidade de Níniel e do paradeiro de sua mãe
Morwen, caiu num horror tremendo e acabou se entregando a
morte pela sua própria espada, Gurthang." ¹



________________________

1. Passagem da morte de Glaurung citada em:

http://www.duvendor.com.br/portal/index.php?option=com_content&view=article&id=145:glaurung-o-verme-de-morgoth&catid=26:personagens-de-arda&Itemid=194