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Na Antiguidade, os dragões eram considerados com seres do mal e que propagavam o caos, contribuindo para que os homens temessem a sua superioridade. Isso era utilizado para que algumas civilizações dominassem as outras através de suas crenças e mitos e força física, ao exemplo da Babilônia que derrotou a Persa. Para os babilônicos, os seus dragões representavam os deuses que descendiam do grande dragão-fêmea ou dracena, chamada "Tiamat", que considerava os seus inimigos como estorvos e, por isso, precisavam ser escravizados ou mortos. Já para os persas, os seus dragões representavam os grandes guardiões dos seus tesouros, tesouro esse que seria entregue aqueles que conseguissem derrotá-los.
Um épico babilônico sobre a criação do mundo retrata a seguinte passagem:
"(...) no Enuma Elish, havia uma forte presença de dragões,
sobretudo na figura de Tiamat. No mito, Tiamat (apontada por
diversos autores como uma personificação do oceano) e
seu consorte mitológico Apsu (considerado como uma personificação
das águas doces sob a terra) se unem e dão a luz aos
diversos deuses mesopotâmicos. Apsu, no entanto, não conseguia
descansar na presença de seus rebentos, e decide destruí-los,
mas é morto por Ea, um de seus filhos. Para vingar-se, Tiamat cria
um exército de monstros, entre os quais 11 que são considerados
dragões, e prepara um ataque contra os jovens deuses. Liderados pelo
mais jovem entre eles, Marduk, que mais tarde
se tornaria o principal deus do panteão babilônico,
os deuses vencem a batalha e se consolidam como
senhores do universo. Do corpo morto de Tiamat são criados
o céu e a terra, enquanto do sangue do principal general do seu exército,
Kingu, é criada a humanidade. O Dragão de Mushussu é
subjugado por Marduk, se tornando seu guardião e símbolo de poder."
(Wikipédia)
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Segundo Lígia Cabus, pesquisadora sobre o assunto, os primeiros relatos da existência dos dragões no Ocidente podem ser detectados nas escrituras bíblicas e no berço do saber grego. Todavia, os maiores relatos sobre os dragões tem uma maior abundância na Idade Média.
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Na Era Medieval, os dragões foram associados às trevas, como se fossem seres demoníacos que proliferavam a peste, a cólera, o caos e o mal. Assim, essa besta-fera, perdia o seu caráter divino e do bem, sua característica base nas culturas orientais. Essa ótica pessimista e negativa,também foi bastante reforçada pelos povos germânicos, onde estes passaram a destacar sensações como a ganância e a cobiça dos dragões, como também, os seus poderes mágicos. No caso dos "vikings", povos nórdicos que se lançavam em expedições e aventuras marítimas, eles talhavam em seus barcos esculturas de dragões para espantar serpentes marinhas.
Nas lendas e mitos gregos, celtas e poloneses, os dragões sempre protagonizavam longas e constantes batalhas contra os povos, onde, geralmente ele era vencido e morto por grandes e corajosos guerreiros. Parte desses guerreiros eram cristãos, algo que a Igreja Católica buscava tirar proveito em seus próprios interesses, difundir a fé cristã. É, neste período, que a existência dessas criaturas bestiais e vis era tida como inquestionável, sendo sempre combatida pela Igreja Católica.
Por metáfora, combater os dragões também poderia estar associado ao combate dos pagões, como pode-se perceber:
"Assim, ao contar histórias de vis dragões sendo
enfrentados e vencidos por nobres heróis cristãos,
os escritores cristãos também estavam fazendo uma apologia
da sua religião contra as antigas tradições locais. Pode-se fazer,
até mesmo, um paralelo entre as famosas armas de
sopro draconianas e a pregação destas religiões:
um dragão que sopra nuvens venenosas, por exemplo,
poderia também ser usado como metáfora para blasfêmias
"venenosas" proferidas por falsos profetas pagãos."
(Wikipédia)
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Também na Era Medieval, sobretudo no Leste Europeu, os dragões eram cultuados pelas tradições das Sociedades Secretas Ocultistas, onde a figura divina do dragão representava a Sabedoria, que poderia ser usada de maneira dual, tanto para o bem quanto para o mal. Curiosamente, o famoso nobre Vlad Tepes, Conde Drácula, também participou de uma Sociedade Secreta que cultuava dragões e, justamente o seu apelido "Dracul", significa dragão.
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Através do livro "Hobbit", um romance do autor J. R. R. Tolkien, em função do personagem Smaug, um dragão terrível e destruídor que reunia grandes tesouros na Montanha Solitária, a figura do dragão clássico foi imortalizado no contexto contemporâneo, onde Smaug se tornou o estereótipo do dragão fantástico atual.
Embora a arqueologia atual não admita a passagem dos dragões pela História da Humanidade, muitos documentos históricos (livros, escrituras, dentre outros) e vestígios culturais (esculturas, desenhos, relatos, ritos, dentre outros) retratam a sua existência, se não de forma real, palpável, mas, abstrata, intangível. Sobre a veracidade dessa passagem, Lígia Cubus destaca:
"A questão da veracidade ou não da existência remota
de animais como os dragões assume maior importância quando
relacionada com as dúvidas em torno da idade da raça humana
sobre a Terra. Se as histórias e figuras de dragões são mais que
fruto da imaginação dos povos, se forem vistos como
registros de visões reais, como documentos históricos,
por mais remota que seja a época a qual se refiram, isto seria uma
prova da enorme antigüidade do homem sobre o planeta reforçando,
inclusive, as teorias que falam de civilizações avançadas
que desapareceram completamente, vitimadas por catástrofes.
Os dragões seriam uma lembrança de tempos anteriores
ao Dilúvio Bíblico; anteriores ao surgimento dos primeiros antropóides
reconhecidos pela ciência atual, datados em 1 milhão e meio de anos atrás."
(Sofá da Sala, Revista Ocultista)
Seja concreta ou inconcretamente, a passagem dos dragões pela história da humanidade é uma evidência quase real, embora sempre polêmica e questionável, podendo ser equiparada a uma verdade absoluta - não precisa ser visto para se crer; pois esse ser mitológico e fantástico está inserido na nossa história e, principalmente no nosso imaginário, em todos os períodos, sendo sempre um símbolo, uma referência anterior para reafirmar novos vestígios que surjam para efetivar a sua existência.
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(Vale dos Dragões)
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